terça-feira, 30 de março de 2010

CIVILIDADE ZERO

Oi Pessoal,

É óbvio que há expectativa de que eu retome em minhas mensagens algum tema relacionado à consulta eleitoral para Reitor na UFF. Contudo, a vida (e, portanto, a universidade) não pára e é maior do que esse fato, importante, mas natural numa instituição democrática. Eventualmente, vem “de estalo” `a minha cabeça algum assunto novo, sem grande preparação, e que pula na frente dos outros. Minha brincadeira é escrever um texto em menos de 30 minutos – esse é o tempo que eu me permito para isso, de forma a não afetar as minhas verdadeiras atividades intelectuais e de trabalho. Temos assunto novo. Vamos lá:

Já há alguns anos, faço parte de um grupo da comunidade da UFF que considera fundamental assegurar pleno acesso das PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS a todas as dependências da Universidade.

Para minha satisfação, tenho visto que, lentamente, algumas medidas óbvias, baratas e de fácil execução estão sendo implementadas em algumas unidades da UFF (nivelamento de pisos, rampas, portas mais amplas para acesso a banheiros, vagas preferenciais, etc.). Para minha maior satisfação, creio mesmo que esse tipo de intervenção, antigamente visto como “coisa que não dá voto”, está na moda e na boca de candidatos a qualquer cargo executivo dentro da Universidade. Parabéns para a comunidade da UFF. Que isso seja um compromisso de todos nós.

Contudo, um alerta aos surfistas das oportunidades e das (boas) idéias: (i) Todas as obras, atuais e futuras (incluindo bandejões, bibliotecas, etc.), já deveriam ter sido concebidas com acessos adequados. É esquisito inaugurar algum prédio, biblioteca ou bandejão já sabendo que haverá uma “parte 2” da obra para corrigir todos os equívocos de projeto, já conhecidos desde o seu início, que tornam o acesso uma aventura para quem tem algum tipo de limitação física. (ii) As vagas preferenciais para pessoas com necessidades especiais não são um enfeite – são, realmente, para pessoas com necessidades especiais. Não podem (ou, ao menos não devem) ser usadas clandestinamente como “vagas cativas” pelos “espertos” de plantão, eventualmente até pessoas que deveriam dar o exemplo, no exercício de seus pequenos poderes. Fico estarrecido quando algumas das poucas vagas destinadas para esse fim são ocupadas irregularmente.

Gostaria de pedir aos colegas que:

(i) Tornem público o nome de qualquer membro da comunidade que desrespeite esse princípio básico da civilidade, estacionando carros indevidamente nessas vagas. Peço, inclusive, fotos dos carros estacionados.

(ii) Comuniquem quais os locais cujo acesso é proibitivo às pessoas com necessidades especiais (bandejões, prédios, banheiros, bibliotecas, etc.)

Divulgarei, com certeza, no blog. Caso achem chato encaminhar mensagens para mim, basta botar a boca no trombone e denunciar. O grito (ainda) é livre e de graça.

Saudações acadêmicas,
Heraldo


PS: A foto abaixo foi tirada num dos campi da UFF de Niterói. Dizem que é de um dirigente universitário que não tem nenhum tipo visível de necessidade especial ou de deficiência. Sistematicamente ele ocupa essa vaga. Não acredito que tamanha falta de civilidade possa ser verdade. Contudo, como perguntar não ofende, aí vai:

a) Qual a deficiência desse notável?

Quem me der a melhor resposta ganhará, como prêmio, um bilhete de ida e volta Rio - Niterói (barcas). No caminho, o vencedor (ou vencedora) poderá refletir sobre os mistérios da vida, aproveitando uma das vistas mais deslumbrantes do mundo, que na correria do dia-a-dia deixamos de perceber.

Perguntas impertinentes podem desafinar o coro dos contentes, mas não significam nada sem as respostas adequadas. A impertinência, caso exista, estará na sua resposta, cidadão. Ou não.




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