quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

50 ANOS

“Eppur si muove”
Galileu Galilei

A cidade de Brasília, a UFF e eu estamos fazendo 50 anos aproximadamente na mesma época (com alguns meses de diferença). Numero redondo e simbólico, pretexto para se olhar para trás, mas sempre vivendo o presente e sonhando com o futuro. Brasília é uma cidade surpreendente – patrimônio da humanidade, com um alto grau de complexidade e desenvolvimento, teve, nos últimos anos, 3 senadores cassados (ou que renunciaram para não serem casados) e um governador envolvido no chamado “escândalo do panetone”. Acho que os brasilienses (e os brasileiros) não merecem isso.

Acabei divagando nesse preâmbulo - vamos ao que interessa:

Prometi nas últimas mensagens encaminhar um texto intitulado “5 anos em 50”. Paciência. Farei algum suspense antes de apresentá-lo. Como quase todo cronista em época de férias, aproveitarei para “requentar” alguns textos antigos que, certamente, muitos não leram. Uma espécie de “melhores momentos” do programa. Após um breve período de descanso, volto mais diretamente ao tema prometido.

O texto a seguir foi intitulado “O espelho e eu”. É um texto de 2006. Quase fui processado (processado de verdade) quando o divulguei, aparentemente por estar “comparando a UFF com o Congresso Nacional” (!). Pode parecer engraçado, mas, sempre que tenho oportunidade, reitero tudo o que escrevi e republico. Aí vai.


O ESPELHO E EU (agosto de 2006)

Colegas,

Já fui muito criticado pelo que vou escrever a seguir, mas reafirmo – como estamos num regime democrático no qual ninguém é obrigado a escolher quem não quer, as nossas representações políticas (incluindo aí as Câmaras Municipais, as Assembléias Legislativas Estaduais, o Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e Senado - e os Conselhos Superiores da UFF) são amostras bastante fiéis do que, de fato, nós somos como sociedade.

Outro dia me olhei no espelho e achei que a imagem estava com menos cabelo e com mais barriga do que eu na realidade. Provavelmente um defeito do espelho, pensei. Com as nossas instituições acontece a mesma coisa – a imagem que vemos não condiz com a idéia abstrata que temos de nós mesmos como sociedade, mas é a expressão da realidade.

A imagem da UFF e de nossos conselhos pode não agradar a algumas pessoas - mas ela é uma amostra fiel do que nós somos como instituição, do nosso grau de consciência política e do respeito que temos em relação à sociedade (somos servidores públicos, não é mesmo?).Se alguém não gostar dessa imagem, deve buscar mudá-la e não negá-la como sendo uma coisa “dos outros”, porque no seu entorno imaginário todos seriam sempre bacanas. ....

Saudações Universitárias
Heraldo

PS: Parabéns para a UFF.

Coincidentemente, após eu haver mencionado o texto “5 anos em 50”, e perguntado se haveria atraso nas obras do plano de expansão da UFF, algumas obras entraram em ritmo bastante acelerado. É claro que não há nenhuma relação de causa e efeito. Contudo, fico contente. Dizem que a empresa encarregada de acompanhar as obras foi mudada, mas isso eu não posso confirmar.

É bacana ver as obras do instituto de Computação finalmente andando. Fui um dos professores da UFF que acompanhou e apoiou de forma bem próxima a transferência do Departamento de Computação do falecido CEG para o finado CTC, visando a criação do IC . Eu era conselheiro do CEP na época, o prof. Pedro Antunes era o Reitor e o professor Cícero o então Diretor do CEG. Tenho sido, portanto, testemunha involuntária da luta pela construção do prédio do IC desde a primeira verba obtida pelos seus pesquisadores num projeto aprovado no primeiro CTINFRA (em 2001, eu creio). Portanto, uma história quase bíblica de mais de 7 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário